sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Um amor...
Sabe, a muito eu tinha comigo a ideologia que jogar na defesa era o melhor jeito de não se ferir com os fracassos. Hoje eu tenho certeza que quanto mais me esquivo da dor, mais ela me acomete.
Hoje venho, com esta postagem pequena, dizer às minhas esmeraldas que não vou mais brincar com os meus sentimentos. Digo que eu vou falar de uma maneira mais direta daqui em diante. Eu já calculei meus movimentos para não estar invadindo seu especo nem te forçando a algo que não caiba em seu coração.
Saiba que se eu falo que você é a figura da beleza, é por que assim te acho, sem deixar exceções. Saiba que minha felicidade depende de ti nesta hora. Saiba que serei assim como sou, mas agora não hesitarei em dizer que te amo.
sábado, 14 de novembro de 2009
Esmeralda
Ao me deitar aquela noite, eu sabia que meus sonhos não seriam os mesmos de sempre. Não seriem por que naquele dia eu conheci um cara que se tornou muito especial pra mim, conheci o cara que hoje amo. Sei que já é tarde da noite, tão tarde que o silencio me permite ouvir meu coração, mas minha mente ainda não esqueceu aqueles lindos olhos verdes que me cativaram como nunca outros fizeram.
E eu realmente estava certo, eu não tive sonhos comuns naquela noite. Porem até este dia eu sonhava com homens que eu gosta em cenas picantes e delirantes. Não foi bem assim... Era um baile qualquer, quem sabe ate o da minha formatura. Ele chegava de terno, lindo como sempre é, vinha ate mim e me tirava pra dançar. Ninguém nos olhava, ninguém achava estranho. Ele falava que me amava na minha orelha e eu sorria e chorava ao mesmo tempo.
Após uma valsa, sentávamos, comíamos uma salada juntos, bebíamos vinho e ele apertava forte minha mão. Olhares trocados, algumas juras também. Nada que não seja normal de duas pessoas que se amam, ou pelo menos o fazem nos meus sonhos. Brindar com amigos, rir de piadas e ainda ter a noite toda pela frente.
Mais uma vez saímos para dançar, desta vez um tema lindo, japonês, que sempre que ouço lembro-me deste sonho. Ele me abraça pela cintura, eu faço o mesmo. Ele olha nos meus olhos e eu navego nos dele. Nessa hora o resto do mundo congela e eu posso em fim sentir o calor desse beijo que até hoje espero e que só senti em sonho. Lábios quentes e envolventes, sua mão em minha nuca, minha consciência raleada...
É nesta hora mais que fatal que nos separamos, nos entreolhamos sorrindo e a luz do sol que entra pela janela de meu quarto me desperta.
Hoje eu escrevo o 5º texto dedicado em exclusividade a você, embora não tive a coragem de publicar o 4º, torcendo pelo dia em que o tirarei da minha mala para te entregar (e posso fazer isso, pois carrego todos os meus textos em minha mala). Com esse texto em especial, este que acabou de ler, eu venho te passar a seguinte mensagem: Eu nunca tive um beijo, e nem tenho presa para telo, mas agora mais do que nunca eu quero que este beijo seja seu também. E se quiser ver o 4º texto, é só me procurar e pedir!
E eu realmente estava certo, eu não tive sonhos comuns naquela noite. Porem até este dia eu sonhava com homens que eu gosta em cenas picantes e delirantes. Não foi bem assim... Era um baile qualquer, quem sabe ate o da minha formatura. Ele chegava de terno, lindo como sempre é, vinha ate mim e me tirava pra dançar. Ninguém nos olhava, ninguém achava estranho. Ele falava que me amava na minha orelha e eu sorria e chorava ao mesmo tempo.
Após uma valsa, sentávamos, comíamos uma salada juntos, bebíamos vinho e ele apertava forte minha mão. Olhares trocados, algumas juras também. Nada que não seja normal de duas pessoas que se amam, ou pelo menos o fazem nos meus sonhos. Brindar com amigos, rir de piadas e ainda ter a noite toda pela frente.
Mais uma vez saímos para dançar, desta vez um tema lindo, japonês, que sempre que ouço lembro-me deste sonho. Ele me abraça pela cintura, eu faço o mesmo. Ele olha nos meus olhos e eu navego nos dele. Nessa hora o resto do mundo congela e eu posso em fim sentir o calor desse beijo que até hoje espero e que só senti em sonho. Lábios quentes e envolventes, sua mão em minha nuca, minha consciência raleada...
É nesta hora mais que fatal que nos separamos, nos entreolhamos sorrindo e a luz do sol que entra pela janela de meu quarto me desperta.
Hoje eu escrevo o 5º texto dedicado em exclusividade a você, embora não tive a coragem de publicar o 4º, torcendo pelo dia em que o tirarei da minha mala para te entregar (e posso fazer isso, pois carrego todos os meus textos em minha mala). Com esse texto em especial, este que acabou de ler, eu venho te passar a seguinte mensagem: Eu nunca tive um beijo, e nem tenho presa para telo, mas agora mais do que nunca eu quero que este beijo seja seu também. E se quiser ver o 4º texto, é só me procurar e pedir!
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Filho do Sol
O beijo durou alguns minutos, sendo intercalados por sorrisos e por meus carinhos em seus cabelos custos, loiros e ondulados, como os de um anjo. Nos poucos intervalos que dávamos, eu olhava em seus olhos azuis e pensava como um garoto como eu estava ali.
Eu sou um jovem provinciano do interior de Minas Gerais, Brasil. E aqui nesta praia, no meio do nada, banhada pelo cristalino mar caribenho, é que eu fui achar quem gostava de mim. Nada precisei fazer, apenas ser eu mesmo. Foi simples assim:
Abri um banco de madeira amável que peguei no transatlântico em que vim, e passei a ler um dos livros que havia separado para a viagem: “Les Fleus Du Mal”, de Baudelaire. Não era uma tradução qualquer, era um original, em francês, idioma em que não sou grande coisa, mas quebro um galho. Foi ai que ele apareceu. Juro que não o vi se aproximar. Fincou a prancha de surf na areis, estendeu uma toalha no chão e se ajoelhou ao meu lado. Olhou para mim, escorou seu rosto no braço do meu banco e me perguntou:
- Lovely day, isn’t it? Where you from?
Quando me virei para responder, dei de frente um dos garotos mais lindos que eu já vi. Olhos azuis, cabelo loiro e cacheadinho, pele clara, porem marcada de sol, e uma marca no nariz e debaixo dos olhos que deveria ser de parafina da prancha. Alem disso ainda tinha um sorriso capaz de desarmar qualquer um. Tentei fingir que aquele sorriso não havia me alterado, porem fui logo deixando aquele livro de lado, largando meu amado Baudelaire bem no meio de um soneto, e me virando para falar com aquele estranho.
- Yes, lovely day! I’m from Brazil, and you…
- Brasileiro?! De onde você é? Qual seu navio?
- Que bom!!! – disse surpreso e me erguendo da cadeira – Sou de Minas e vim no Sant Lucy! E você?
- Sou carioca e vim no Caribbean! Prazer, sou Filipe!
- Prazer, Alastus!
- Belo nome? Esta de férias, Alastus?
- Bem, na verdade estou. Mas não consigo me afastar do trabalho nem querendo. – Apontei para o livro.
-Você é professor de francês?
- Não, sou diretor de teatro e escritor. E você, faz o que aqui no caribe, Filipe?
- Férias, mas também trabalhando. Surfo profissionalmente. Estou treinando antes da alta temporada.
Nesta hora ele se ergueu e veio para se sentar ao meu lado no banco. Ele era mais lindo visto como um todo. O seu abdômen não é nem muito forte nem muito fraco, estava enxuto no ponto certo. O calção baixo deixava a virilha semi-encoberta, sem pelos, bronzeada levemente. Se sentou e começou a folhear o meu livro. Foi logo dizendo.
- Eu gosto de poesias também, Alastus. Você deve ser o tipo popular com as mulheres, usando os versos deste cara.
- Não na verdade. Elas meio que não vão com a minha cara. Eu nem ligo. Não ser seletivo com parceiros deixa minha vida bem mais fácil neste ponto. E você?
- Que legal! Você também é bi! Mas está comprometido?
- Bem... – Hesitei em responder, mas acabei cedendo. – Na verdade não. Meu ultimo namorado me deixou a mais de três meses. Por que?
- Me faz um favor? Tenho que ver uma coisa na cidade mais a baixo. Vigie minha prancha?
- Claro, quando volta?
- Em umas duas horas. Me espere, volto antes que você possa reparar.
Eu ele se foi. Eu fiquei inseguro, mas como sei que a grande parte dos surfistas ama mais a prancha que a própria mãe, sabia que iria voltar hoje ainda.
Ele saiu e ma deixou lendo o meu livro não era nem uma hora da tarde. Quando deram quatro horas da tarde comecei a me convencer de que ele não voltaria e de que eu não merecia em ser como aquele ao meu lado. Comecei a me convencer de que não nasci mesmo para ser feliz. E é nestas horas que eu tiro para ler Baudelaire!!! Que diabos eu estou querendo fazer, cortar os pulsos?!
Eu me levantei quando o sol tocou o horizonte, eram sete da tarde aproximadamente. O céu laranja. A areia já fria. Eu andava cabisbaixo, chutando a areia quando ouvi alguém gritar meu nome. Era ele. Veio ate mim e me disse:
- Tenho uma proposta para lhe fazer. Alastus, quer ser meu namorado?
Fiquei duro e cai de joelhos na areia. Essa foi muita surpresa. Eu não sou um lixo? Alguém ainda me quer?
- Você vê algo de mais em mim? Não sou forte, não sou belo, não sou esportista... Eu sou só um garoto de uma cidade pequena que gosta de ler!
- E é isso que me cativa em você. É doce, amável, romântico. Eu fiquei loco por você a partir do momento que te vi na praia. Eu te amo, Alastus. E não adianta fugir de mim, vou junto com você aonde for.
Ele me estendeu um papel. Era um pedido de transferência assinado. Ele iria agora para o Brasil no mesmo navio que eu. Não acreditei quando li. Ele se aproximou e me pegou pela cintura e falou bem no pé de minha orelha.
- E ai. Tenho uma chance com você, “garoto do interior de Minas”?
Não tive palavras para expressar a alegria que senti. Eu o beijei assim que pude me virar para velo.
Eu não aço necessário descrever o que veio a seguir, só quero dizer que foi a noite mais especial de minha vida. Pela primeira vez fui amado, pela primeira vez fui desejado... Pela primeira vez sou feliz!
Eu sou um jovem provinciano do interior de Minas Gerais, Brasil. E aqui nesta praia, no meio do nada, banhada pelo cristalino mar caribenho, é que eu fui achar quem gostava de mim. Nada precisei fazer, apenas ser eu mesmo. Foi simples assim:
Abri um banco de madeira amável que peguei no transatlântico em que vim, e passei a ler um dos livros que havia separado para a viagem: “Les Fleus Du Mal”, de Baudelaire. Não era uma tradução qualquer, era um original, em francês, idioma em que não sou grande coisa, mas quebro um galho. Foi ai que ele apareceu. Juro que não o vi se aproximar. Fincou a prancha de surf na areis, estendeu uma toalha no chão e se ajoelhou ao meu lado. Olhou para mim, escorou seu rosto no braço do meu banco e me perguntou:
- Lovely day, isn’t it? Where you from?
Quando me virei para responder, dei de frente um dos garotos mais lindos que eu já vi. Olhos azuis, cabelo loiro e cacheadinho, pele clara, porem marcada de sol, e uma marca no nariz e debaixo dos olhos que deveria ser de parafina da prancha. Alem disso ainda tinha um sorriso capaz de desarmar qualquer um. Tentei fingir que aquele sorriso não havia me alterado, porem fui logo deixando aquele livro de lado, largando meu amado Baudelaire bem no meio de um soneto, e me virando para falar com aquele estranho.
- Yes, lovely day! I’m from Brazil, and you…
- Brasileiro?! De onde você é? Qual seu navio?
- Que bom!!! – disse surpreso e me erguendo da cadeira – Sou de Minas e vim no Sant Lucy! E você?
- Sou carioca e vim no Caribbean! Prazer, sou Filipe!
- Prazer, Alastus!
- Belo nome? Esta de férias, Alastus?
- Bem, na verdade estou. Mas não consigo me afastar do trabalho nem querendo. – Apontei para o livro.
-Você é professor de francês?
- Não, sou diretor de teatro e escritor. E você, faz o que aqui no caribe, Filipe?
- Férias, mas também trabalhando. Surfo profissionalmente. Estou treinando antes da alta temporada.
Nesta hora ele se ergueu e veio para se sentar ao meu lado no banco. Ele era mais lindo visto como um todo. O seu abdômen não é nem muito forte nem muito fraco, estava enxuto no ponto certo. O calção baixo deixava a virilha semi-encoberta, sem pelos, bronzeada levemente. Se sentou e começou a folhear o meu livro. Foi logo dizendo.
- Eu gosto de poesias também, Alastus. Você deve ser o tipo popular com as mulheres, usando os versos deste cara.
- Não na verdade. Elas meio que não vão com a minha cara. Eu nem ligo. Não ser seletivo com parceiros deixa minha vida bem mais fácil neste ponto. E você?
- Que legal! Você também é bi! Mas está comprometido?
- Bem... – Hesitei em responder, mas acabei cedendo. – Na verdade não. Meu ultimo namorado me deixou a mais de três meses. Por que?
- Me faz um favor? Tenho que ver uma coisa na cidade mais a baixo. Vigie minha prancha?
- Claro, quando volta?
- Em umas duas horas. Me espere, volto antes que você possa reparar.
Eu ele se foi. Eu fiquei inseguro, mas como sei que a grande parte dos surfistas ama mais a prancha que a própria mãe, sabia que iria voltar hoje ainda.
Ele saiu e ma deixou lendo o meu livro não era nem uma hora da tarde. Quando deram quatro horas da tarde comecei a me convencer de que ele não voltaria e de que eu não merecia em ser como aquele ao meu lado. Comecei a me convencer de que não nasci mesmo para ser feliz. E é nestas horas que eu tiro para ler Baudelaire!!! Que diabos eu estou querendo fazer, cortar os pulsos?!
Eu me levantei quando o sol tocou o horizonte, eram sete da tarde aproximadamente. O céu laranja. A areia já fria. Eu andava cabisbaixo, chutando a areia quando ouvi alguém gritar meu nome. Era ele. Veio ate mim e me disse:
- Tenho uma proposta para lhe fazer. Alastus, quer ser meu namorado?
Fiquei duro e cai de joelhos na areia. Essa foi muita surpresa. Eu não sou um lixo? Alguém ainda me quer?
- Você vê algo de mais em mim? Não sou forte, não sou belo, não sou esportista... Eu sou só um garoto de uma cidade pequena que gosta de ler!
- E é isso que me cativa em você. É doce, amável, romântico. Eu fiquei loco por você a partir do momento que te vi na praia. Eu te amo, Alastus. E não adianta fugir de mim, vou junto com você aonde for.
Ele me estendeu um papel. Era um pedido de transferência assinado. Ele iria agora para o Brasil no mesmo navio que eu. Não acreditei quando li. Ele se aproximou e me pegou pela cintura e falou bem no pé de minha orelha.
- E ai. Tenho uma chance com você, “garoto do interior de Minas”?
Não tive palavras para expressar a alegria que senti. Eu o beijei assim que pude me virar para velo.
Eu não aço necessário descrever o que veio a seguir, só quero dizer que foi a noite mais especial de minha vida. Pela primeira vez fui amado, pela primeira vez fui desejado... Pela primeira vez sou feliz!
O Enforcado
Jogo cartas sobre este mesmo tumulo todas as terças-feiras, pois a noite no cemitério é o cenário perfeito para as leituras. Costumava a levar velas ou ate uma lanterna, mais já estava na segunda noite de lua cheia e o gigantesco orbe brilhante era mais que o suficiente para iluminar os desenhos do Tarô de Marselha.
Tomava um vinho tinto que havia guardado para a ocasião. A taça de prata refletia o luar e exalava o doce aroma da bebida por entre as lapides. Envolvido neste clima, passei a atentar à minha leitura.
As cartas me falaram de um rapaz misterioso que cruzaria meus caminhos. Não fazia idéia de quem fosse, mas gostaria que ele surgisse em breve porque sou inevitavelmente atraído por mistérios. Vejo-os como as gamas que dão brilho a um colar. Um rapaz pode ser lindo, mas não será nada alem disso sem um bom mistério.
Empilhei as cartas e coloquei no bolso do meu sobretudo de seda negra, e fiquei apenas com a carta que representava aquele jovem em minhas mãos. Fiquei apenas fitando o Arcano XII do tarô, a carta do enforcado. Passava a mão por sobre meu abdome e fantasiava com aquela exótica figura.
Ouvi um suspiro, ou uma rápida rajada do ar frio da noite. Saltei do alto da lapide onde estava e me surpreendi ao ver um estranho vulto que se aproximava em meio à neblina da madrugada. Quando já estava bem próximo, eu pude em fim ver o que era.
Tratava-se de um jovem muito parecido comigo: Tinha pele bronze, como a de quem fica horas por sub o sol, seus olhos eram negros e o que mais nos discernia eram seus longos cabelos negros que se estendiam ate pouco abaixo do tórax, que transparecia por traz do sobretudo, também de seda negra.
Ele veio ate mim e, sem nada falar, abraçou-me passando suas mãos por baixo da seda transparente e as fazendo apertar-me as costas.
Fiquei temporariamente sem reação, porem assim que senti o calor que exalava de seu corpo não pude me conter: também o abracei, pondo uma de minhas mãos sobre seus fortes e musculosos braços e outra em sua nuca, por baixo das longas e macias mechas.
Ele correspondeu logo a minha atitude. Pondo a mão em minha nuca, virou meu rosto e beijou-me a boca, enquanto sua outra mão acariciava meu ombro e retirava o manto negro que me encobria. Notando suas verdadeiras intenções, tratei de agir mais rápido que o jovem e misterioso rapaz.
O virei e joguei no chão frio do cemitério. Abaixei e passei a beijar-lhe primeiramente o abdome. Enquanto isso arrancava minhas roupas o mais rápido que podia. Não demorou e já estávamos nus e eu, sobre seu corpo quente, deslizava minha língua sobre a morena pele.
Não o dei um só momento de monotonia. Beijei-lhe todas as partes de seu corpo que pude alcançar. Arrombei o seu ser enquanto sussurrava em sua nuca, mordia suas orelhas e ouvia seus gritos de prazer. Fiz com que atingisse ao auge de suas emoções e fosse ao delírio incontáveis vezes, ate que ele não mais forças tinha para continuar, adormecendo sem demora.
Fiquei sentado sobre aquela mesma lapide, olhando seu corpo sobre a grama. Por mais que quisesse acabar com o mistério, não tive coragem. O cobri com o seu sobretudo e o abandonei no chão do cemitério. No seu bolso transparente de seda deixei um numero de telefone anotado em tinta vermelha sobre o Arcano XII, e sai dali. Desapareci entre a mesma neblina que trouxe o jovem ate mim.
Tomava um vinho tinto que havia guardado para a ocasião. A taça de prata refletia o luar e exalava o doce aroma da bebida por entre as lapides. Envolvido neste clima, passei a atentar à minha leitura.
As cartas me falaram de um rapaz misterioso que cruzaria meus caminhos. Não fazia idéia de quem fosse, mas gostaria que ele surgisse em breve porque sou inevitavelmente atraído por mistérios. Vejo-os como as gamas que dão brilho a um colar. Um rapaz pode ser lindo, mas não será nada alem disso sem um bom mistério.
Empilhei as cartas e coloquei no bolso do meu sobretudo de seda negra, e fiquei apenas com a carta que representava aquele jovem em minhas mãos. Fiquei apenas fitando o Arcano XII do tarô, a carta do enforcado. Passava a mão por sobre meu abdome e fantasiava com aquela exótica figura.
Ouvi um suspiro, ou uma rápida rajada do ar frio da noite. Saltei do alto da lapide onde estava e me surpreendi ao ver um estranho vulto que se aproximava em meio à neblina da madrugada. Quando já estava bem próximo, eu pude em fim ver o que era.
Tratava-se de um jovem muito parecido comigo: Tinha pele bronze, como a de quem fica horas por sub o sol, seus olhos eram negros e o que mais nos discernia eram seus longos cabelos negros que se estendiam ate pouco abaixo do tórax, que transparecia por traz do sobretudo, também de seda negra.
Ele veio ate mim e, sem nada falar, abraçou-me passando suas mãos por baixo da seda transparente e as fazendo apertar-me as costas.
Fiquei temporariamente sem reação, porem assim que senti o calor que exalava de seu corpo não pude me conter: também o abracei, pondo uma de minhas mãos sobre seus fortes e musculosos braços e outra em sua nuca, por baixo das longas e macias mechas.
Ele correspondeu logo a minha atitude. Pondo a mão em minha nuca, virou meu rosto e beijou-me a boca, enquanto sua outra mão acariciava meu ombro e retirava o manto negro que me encobria. Notando suas verdadeiras intenções, tratei de agir mais rápido que o jovem e misterioso rapaz.
O virei e joguei no chão frio do cemitério. Abaixei e passei a beijar-lhe primeiramente o abdome. Enquanto isso arrancava minhas roupas o mais rápido que podia. Não demorou e já estávamos nus e eu, sobre seu corpo quente, deslizava minha língua sobre a morena pele.
Não o dei um só momento de monotonia. Beijei-lhe todas as partes de seu corpo que pude alcançar. Arrombei o seu ser enquanto sussurrava em sua nuca, mordia suas orelhas e ouvia seus gritos de prazer. Fiz com que atingisse ao auge de suas emoções e fosse ao delírio incontáveis vezes, ate que ele não mais forças tinha para continuar, adormecendo sem demora.
Fiquei sentado sobre aquela mesma lapide, olhando seu corpo sobre a grama. Por mais que quisesse acabar com o mistério, não tive coragem. O cobri com o seu sobretudo e o abandonei no chão do cemitério. No seu bolso transparente de seda deixei um numero de telefone anotado em tinta vermelha sobre o Arcano XII, e sai dali. Desapareci entre a mesma neblina que trouxe o jovem ate mim.
Em um Lago no Verão
Eu estava lendo, sem nenhum receio, na sombra de um pessegueiro as margens de um lindo lago ondulante. Foi quando vi a forma mais estonteante da minha vida.
Ele era alto, de longos cabelos negros e de pele como o trigo durante o verão. Ele estava nu e se banhava em meio aquele templo da natureza.
Não me contentei em olhar aquela cena. Fui ate a beirada do lago e me sentei sobre uma rocha. Não sei se ele havia me visto, mas ele exibia seu belo corpo como nunca vi outro fazer. Suas formas definidas e bronzeadas subiam e desciam na cristalina água. Desde então eu soube que não mais conseguiria viver sem saber quem era aquele rapaz.
Em um dado momento ele surgiu na cristalina superfície e, sem demoras, mostrou-me um largo sorriso. Foi só o que bastou para me fazer parar de respirar. Ele começou a se aproximar lentamente, e com um aceno simples e sutil saldou-me dizendo: “Você vem?!”
Não pude parar para pensar no que eu estava fazendo. Em menos de três segundos já estava sem minhas roupas e mergulhando do alto daquela rocha para dentro do gigantesco paraíso azul esverdeado.
Assim que pode me recuperar, subi para a superfície para procurar o garoto que havia me chamado, porem não o vi. Enquanto isso ele se aproximava silenciosamente. Quando o notei, me deu um abraço forte pelas costas. E, com um movimento rápido, me virou e calou qualquer expressão que eu poderia dar com um beijo.
Seus fortes braços me envolveram sem que eu pudesse evitar e , sem ter como resistis, também o abrasei. Pode então sentir o fulgor de sua alma, por seus braços eram como resistentes cordas que me mantinham cativo, seu corpo era grande imã que me atraia com seu poder.
Quando notei já estava entregue na borda do lago. Não sei como fomos parar ali. Ele deve ter remado enquanto beijávamos. Ele me encantou de tal forma que não mais via o que se passava ao meu arredor. Eu só sabia que agora não mais queria me libertar, eu queria cada vez mais me sufocar com aquele beijo.
Deitados, rolamos na grama sem pudor. Ele envolveu meu corpo como um todo. Sua boca deslizou por meu corpo e a minha pelo dele. Eu pude sentir seu sabor fálico, suas emoções explosivas, seu calor sobre as frias rochas.
O movimento compassado se somava a sua mão que deslizava em minha cintura, estando a desta em meu peito. Poucos segundos passavam e sua respiração já aquecia meu pescoço e me arrancava delírios. A dor da paixão era a mais doce que já provei. A esta altura nossos gritos não mais negavam: Não estávamos mais em nos.
Juntos ficamos por minutos, possíveis horas, e no fim chegamos juntos no êxtase de nossas emoções, o doce sabor do prazer. Porem não mais deste êxtase saímos. Ele adormeceu sem demora, pousando sua mão em meu tórax quase oculto por seus negros cabelos.
Não sei o que farei ao seu despertar, só sei que não mais serei eu. Agora serei um ser completo e preenchido por ele. E sei também que nunca mais acharei aquele belo livro que lia embaixo de um pessegueiro.
Ele era alto, de longos cabelos negros e de pele como o trigo durante o verão. Ele estava nu e se banhava em meio aquele templo da natureza.
Não me contentei em olhar aquela cena. Fui ate a beirada do lago e me sentei sobre uma rocha. Não sei se ele havia me visto, mas ele exibia seu belo corpo como nunca vi outro fazer. Suas formas definidas e bronzeadas subiam e desciam na cristalina água. Desde então eu soube que não mais conseguiria viver sem saber quem era aquele rapaz.
Em um dado momento ele surgiu na cristalina superfície e, sem demoras, mostrou-me um largo sorriso. Foi só o que bastou para me fazer parar de respirar. Ele começou a se aproximar lentamente, e com um aceno simples e sutil saldou-me dizendo: “Você vem?!”
Não pude parar para pensar no que eu estava fazendo. Em menos de três segundos já estava sem minhas roupas e mergulhando do alto daquela rocha para dentro do gigantesco paraíso azul esverdeado.
Assim que pode me recuperar, subi para a superfície para procurar o garoto que havia me chamado, porem não o vi. Enquanto isso ele se aproximava silenciosamente. Quando o notei, me deu um abraço forte pelas costas. E, com um movimento rápido, me virou e calou qualquer expressão que eu poderia dar com um beijo.
Seus fortes braços me envolveram sem que eu pudesse evitar e , sem ter como resistis, também o abrasei. Pode então sentir o fulgor de sua alma, por seus braços eram como resistentes cordas que me mantinham cativo, seu corpo era grande imã que me atraia com seu poder.
Quando notei já estava entregue na borda do lago. Não sei como fomos parar ali. Ele deve ter remado enquanto beijávamos. Ele me encantou de tal forma que não mais via o que se passava ao meu arredor. Eu só sabia que agora não mais queria me libertar, eu queria cada vez mais me sufocar com aquele beijo.
Deitados, rolamos na grama sem pudor. Ele envolveu meu corpo como um todo. Sua boca deslizou por meu corpo e a minha pelo dele. Eu pude sentir seu sabor fálico, suas emoções explosivas, seu calor sobre as frias rochas.
O movimento compassado se somava a sua mão que deslizava em minha cintura, estando a desta em meu peito. Poucos segundos passavam e sua respiração já aquecia meu pescoço e me arrancava delírios. A dor da paixão era a mais doce que já provei. A esta altura nossos gritos não mais negavam: Não estávamos mais em nos.
Juntos ficamos por minutos, possíveis horas, e no fim chegamos juntos no êxtase de nossas emoções, o doce sabor do prazer. Porem não mais deste êxtase saímos. Ele adormeceu sem demora, pousando sua mão em meu tórax quase oculto por seus negros cabelos.
Não sei o que farei ao seu despertar, só sei que não mais serei eu. Agora serei um ser completo e preenchido por ele. E sei também que nunca mais acharei aquele belo livro que lia embaixo de um pessegueiro.
Quem me dera
Quem me dera ter comigo um homem nu.
De largos ombros, trigueira pele e angélica face,
De olhar profundo, de braços fortes e de lábios ardentes,
Quem dera ter a personificação de meus sonhos
Teria o prazer de arrancar de sua alma os mais profundos suspiros
Teria o prazer de saber todos os teus cheiros e sabores
Teria o prazer de acariciar seu ventre vendo-o se agitar e retorcer
Teria o prazer de tirar-lhe todas as faces deste mesmo prazer
Poderia ver-lhe preencher-me com sua carne e vida
Poderia amar-lhe, com tal fulgor que jamais senti
Poderia testar em ti meu corpo, testar teu corpo no meu
Poderia beijar-te tanto que te desmaiaria sem nem notar.
Teríamos horas de amores trocados sobre um leito mundano
Não teríamos pudor, nem cautela, nem receio, nem medo
Não teríamos piedade, nem compaixão, nem amor, somente fogo
Teríamos o tempo de aprender tudo que o próprio tempo nos ocultou.
No fim deste eterno delírio de emoções e profanação
Não haveria alma em mim, não haveria consciência em mim,
Não haveria nome em mim, não haveria dor em mim.
O fim seria pra mim o de todas as minhas duvidas.
De largos ombros, trigueira pele e angélica face,
De olhar profundo, de braços fortes e de lábios ardentes,
Quem dera ter a personificação de meus sonhos
Teria o prazer de arrancar de sua alma os mais profundos suspiros
Teria o prazer de saber todos os teus cheiros e sabores
Teria o prazer de acariciar seu ventre vendo-o se agitar e retorcer
Teria o prazer de tirar-lhe todas as faces deste mesmo prazer
Poderia ver-lhe preencher-me com sua carne e vida
Poderia amar-lhe, com tal fulgor que jamais senti
Poderia testar em ti meu corpo, testar teu corpo no meu
Poderia beijar-te tanto que te desmaiaria sem nem notar.
Teríamos horas de amores trocados sobre um leito mundano
Não teríamos pudor, nem cautela, nem receio, nem medo
Não teríamos piedade, nem compaixão, nem amor, somente fogo
Teríamos o tempo de aprender tudo que o próprio tempo nos ocultou.
No fim deste eterno delírio de emoções e profanação
Não haveria alma em mim, não haveria consciência em mim,
Não haveria nome em mim, não haveria dor em mim.
O fim seria pra mim o de todas as minhas duvidas.
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