Sempre que perguntado, respondi prontamente que finalizei muito bem todos os meus “rolos” românticos. De fato, em alguns poderia ter criado inimizades eternas, frito papelões incorrigíveis ou ainda sido preso, mas sempre fui sereno a ponto de filtrar meus atos e sempre tive excelentes amigos em todos que passaram por minha vida. Mas hoje parei para pensar e cheguei à conclusão que a historia não é bem essa.
Comecei a gostar de pessoas e me interessar sentimentalmente por elas com meus 15 anos ainda para completar. Na época gostava de um garoto de escola, do tipo moreno, brincalhão, extrovertido... Não havia quem não gostasse dele. Era mais um fascínio, na verdade. Eu fazia questão de irritá-lo por motivos muito simples: Primeiro por que ele não me batia, e sim ficava me apertando, e na época devo confessar que gostava muito disso, e por que ele praticamente não desagradava ninguém e isso me irritava profundamente. Nossas brigas tomavam proporções tão grandes, que ele foi o motivador da única vez que meu pai foi à minha escola. Nunca mais encontrei com este garoto, apesar de as vezes conversar com ele pela internet.
Minha primeira paixão de verdade foi nascer só três anos depois, por um garoto que fazia ensino media comigo. Este foi o auge da minha sentimentalidade, visto que não sabia bem o que eu estava sentindo. Escrevi uma senhora serie de poemas e prosas românticas a respeito desta época (a tão bem comentada serie “Esmeraldas”). A história não acabou muito bem pro meu lado não. Achava realmente que este garoto gostava de mim. Ele comentava meus textos com afinco, segurava em minha mão pra falar comigo, saíamos juntos... Até o dia que contei pra ele e pela primeira vez dei com a cara contra o muro. Chorei por incontáveis dias. Até na minha festa de formatura (onde ele bêbado veio falar comigo, jogou beijos para mim de dentro de uma janela e ainda desenhou um coração numa janela) chorei muito quando uma conhecida minha veio perto de mim me perguntar se a gente tava namorando, por que ela queria ficar com ele.
Agora, acho que a coisa mais forte que senti nem foi pelo meu primeiro namorado (de quem nem vou falar aqui por que a historia é das mais tensas). Um dos meus sentimentos mais fortes foi por um garoto da faculdade que no começo eu nem conhecia a não ser de vista. Fomos apresentados por outro cara com quem eu já tinha saído, inclusive. No começo, eu estava namorando e a gente era só amigos. Quando o meu namoro acabou, ele esteve sempre ao meu lado, me apoiando, me dizendo que eu deveria seguir em frente... Depois de meses é que fui notar o que já vinha se formando há algum tempo: Um sentimento tão puro e incrível que pessoas sensatas teriam muito medo estando no meu ligar. Eu queria acordar ao lado deste garoto cada dia do resto da minha vida, eu queria respirar o mesmo ar que ele, queria que ele soubesse de tudo da minha vida, queria cozinhar pra ele, morar com ele... Infelizmente mais uma vez (e como sempre foi) o sentimento não era recíproco. E olha que eu voltei a tentar com esta mesma pessoa inúmeras vezes. Felizmente, verdadeiras amizades não se abalam com facilidade.
E o porquê de eu estar falando destas pessoas? Bem... Hoje, nos meus pensamentos, cogitei a hipótese de que qualquer uma destas pessoas, e também das tantas outras de quem já gostei, chegasse perto de mim e se declarasse, eu não pensaria duas vezes antes de me jogar nos braços dela. Isso é muito estranho... Se não estranho, pelo menos conflitante com a idéia de que eu realmente teria “finalizado” bem cada um dos meus casos confusos de amor. Não posso terminar este texto com uma conclusão descente... Muito menos dizendo que tenho que mudar de opinião a respeito do que faria na situação que imaginei. Estou compartilhando com vocês uma curiosidade de mim mesmo que pensei hoje... Talvez seja comum. Ou talvez eu não esteja pronto para algo novo, embora queira muito que aconteça o quanto antes. Sei apenas que ainda vou pensar muito a respeito de tudo isso, pois o tempo pode amenizar a dor do coração, mas não pode decifrá-lo.