Onde foram parar seus olhos?
Eles não estão mais aqui para me ver.
Quando eu preciso deles, eles somem
como se eu me tornasse invisível
ou se um oceano estivesse entre nós.
Sei que de fato nunca os tive em mim
e que carinho é tudo que posso esperar...
(E é tudo que já recebi de você)
Mas por vezes desejei ter você aqui
assim como nos poemas que escrevi,
assim como nos sonhos que tive a noite...
Você me abraçava como ninguém mais
e me dava o mais doce dos beijos
e eu era seu, mesmo que em sonho...
Você é minha dose diária de masoquismo:
É o desejo pelo inalcançável que me move,
o ‘não terei’ que me faz querer ter...
Porque tinha de ser assim tão belo?
Porque eu não parei num simples desenho
e tive que querer o mais impossível?
Porque eu sempre me preocupo com você
mesmo sabendo que você nem está aqui?
(E que provavelmente nunca estará...)
E porque eu insisto nesse ‘provavelmente’
diante de algo sabidamente improvável?
Acho que a única coisa que guardará de mim
será uma simples estrela de papel escrita...
E eu que sonhava com que um dia
você guardasse meu coração consigo...