sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Descobertas Recentes

      Aprendi algumas coisas nessas férias. Talvez a mais triste delas é que nem sempre o certo é um conceito fácil de ser avaliado, mesmo tomando um referencial fixo. Mesmo que eu tente fazer apenas o que acho certo, ainda irei me deparar com minhas velhas duvidas e com algumas verdades que não são minha, mas que implantaram em mim. Por vezes, mesmo depois de fazer algo que acho certo, ainda tenho peso na consciência por conta de tanto ouvir pessoa dizendo que aquilo que é certo é na verdade proibido. Não sei até que ponto posso seguir fazendo a coisa certa sem me livrar destes fantasmas antes.
     Também descobri que amigos de verdade ainda se afastam lentamente quando tentamos resolver nossos problemas sozinhos. Eles sempre esperam nos ajudar e que nos confiemos nossas duvidas a eles. Se você tenta não os machucar com suas palavras de lamentação, pode ser que nunca mais tenha a chance de dizê-las. Não se pode falar que eles exijam muito, justamente pelo contrario: Exigem o mínimo, e não se contentam com mais que isso... Acaba que este é um motivo a mais para amá-los.
     Outro fato que eu me deparei é que as pessoas criam ideais e acabam procurando por eles. Sei que parece obvio, ok?! É assim que as mães acham tudo na hora, e nós ainda não: Elas têm em mente exatamente o que querem, aí só param quando seus olhos contemplam a forma que buscam. Descobri que quando uma pessoa põe na cabeça um cara certo, ela não vai mudar de alvo até que o tal cara apareça. Por vezes ela vai se ver de frente a alguém que é quase uma réplica exata do sonho que tinha, e ai talvez descubra que não era este o sonho certo, mas até lá ela segue em busca de um ideal. Isso não é tão ruim.
     Ficaram claras para mim também as consequências de estar trinta quilos acima do peso esperado para um homem da minha altura. Por mais que eu ame alguém ou que eu seja de longe a melhor pessoa do mundo, a primeira coisa que as pessoas verão vai ser meu corpo. A maioria delas não vai me dar uma chance de mostrar mais nada , simplesmente por que eu não tenho nenhum chamativo inicial. Sim, pessoas que não se importam com a aparência existem! Elas estão por ai, se apaixonando e sendo felizes. Acho que todos deveriam ser assim! Mas o triste fato é que não são. Enquanto as pessoas bonitas têm um mundo com sete bilhões de pessoas que podem se apaixonar por elas, pessoas como eu dispõem de um mundo muito menos, com uns poucos milhões de possíveis amantes (Embora eu ache que estou sendo otimista.).
      Além disso descobri que não sei o que quero. Meu coração ainda é um idiota e não consegue tomar uma decisão que seja fixa e segura. Amar o que satisfaz a mente? Amar o que satisfaz os desejos? Amar o que compartilha dos planos? Amar o que é possível? Amar o que está ao alcance? Acho que simplesmente não consegui construir uma técnica pra escolher ainda. Ainda choro pelos mesmos nomes e ainda me dou a chance de ter paixões impossíveis, destas que só servem pra me fazer mais e mais triste. Não sei até quando meu coração vai aguentar este ritmo...
      Uma ultima coisa que eu descobri é piso na bola. Pessoas que são muito boas comigo e que eu acho que cultivam algo especial por mim acabam por vezes se afastando. Elas prometem se encontrar comigo e nem ligam. Ou ainda fingem que não veem minhas mensagens ou ainda nem me olham quando passam por mim na rua. Fico muito triste quando vejo que elas ainda fazem questão de nutrir minhas falsas esperanças, dizendo que vamos nos ver, marcando datas... Datas que acho que já sabiam que não iam cumpri. Descobri que estas pessoas simplesmente não se deram conta de que eu cultivo sentimentos que crescem com o tempo de espera e doem para ser arrancados. O pior que eu, por amor a elas e por medo da dos, acabo deixando o sentimento parado... Na esperança de que ele morra de fome e de sede de carinho e atenção...
      Descobri outras coisas, mas vou deixa-las pra depois...

Um comentário:

  1. À questão do amor, nem de longe, é simples de ser resolvida. Mas é bem possível de traçarmos algumas linhas gerais. A mais importante delas, acima de toda dúvida, é o amor, o carinho e a dedicação por si mesmo. Colocar os demais acima de si próprio é um equívoco, pois jamais poderemos dar ao outro o que não temos nem por nós mesmos.
    Temos que nos cuidar para não fazer disso uma idolatria, uma busca cega pelo egoísmo. Porém, o amor-próprio corretamente entendido e alimentado, fará com que soframos menos. Ao encontrarmos com aquela pessoa que apenas nos fará mal com suas falsas promessas, sorrisos belos e cínicos ao mesmo tempo, olhares pseudo-sedutores iremos, simplesmente virar as costas e ir embora. Não por ignorância, falta de educação ou qualquer coisa do gênero, mas, sim, porque nosso bem-estar pessoal é mais importante que qualquer outra coisa.
    Mais dados interessantes a respeito, encontramos no livro "A Arte de Amar" do psicólogo americano de fama mundial Erich Fromm.

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