sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Desabafo #1


     Estou escrevendo este texto mais como um desabafo do que como um post pro blog. Pra ser franco, talvez ele acabe se tornando uma carta, mas não sei bem... Depende muito...
     Meus pais resolveram tirar o dia pra reorganizar a casa pra receber minha irmã, que agora vem morar conosco. Justo no dia em que eu pretendia ficar quieto no meu canto, jogando Morrowind e pensando nesta leva gigantesca de problemas que tenho tido ultimamente. Como resultado, não estou no meu quarto, meu computador está desmontado e estou usando o computador “comunitário” aqui de casa. Felizmente eu tinha passado algumas musicas pra este micro, o que parece ser a única coisa que está salvando esta noite...
     Hoje queria fazer uma coisa que tinha pensado ontem a noite, montar uma carta toda especial para a pessoa que eu estou gostando expondo uma metáfora para que nós dois pudéssemos pensar na nossa situação, Como já falei, parece que tudo conspirou contra e hoje é impossível achar qualquer coisa na minha casa. Talvez seja bom, sabem... Sinto comigo que fazendo este tipo de coisa que tenho feito, estou fazendo o que justamente me comprometi a não fazer: Suplicar o amor de quem não me ama. Tá, tenho que confessar, no fundo é a coisa que mais tenho tido vontade de fazer! Mas é feio demais, vergonhoso demais, doloroso demais... Eu não acho que eu mereça ter que fazer isso, embora tenha certeza de que a pessoa em questão merece que eu implore por ela o resto da minha vida... 
     Se eu parar para pensar um pouco, sei que posso pensar em uma maneira um pouco melhor de fazer as coisas do que todas estas que eu já tenho pensado (desde metáforas românticas envolvendo sementinhas até pedidos de namoro inusitados, passando inclusive por sair correndo e fingir que nada aconteceu). Sei que posso viver o resto da minha vida sozinho também, que não preciso de alguém pra ser feliz. Só que a eminencia de felicidade imediata, da realização de um sonho, da conquista de um ideal... Tudo isso é tão atraente que é difícil pensar que existe outro caminho se não tentar e tentar até que um dia dê certo. Ontem um amigo me parabenizou por gostar da mesma pessoa dois anos seguidos e ainda não ter desistido. Este pessoa já tinha passado por isso e ficado dois anos tentando também. Outro grande amigo meu que me diz que devo insistir ficou nesta situação durante longos sete anos... Hoje, depois de tanto tempo, me questiono se deveria mesmo um dia ter começado esta busca interminável por algo que eu não posso conquistar sozinho...
     Mas eu Tenho também provado as pequenas doses do paraíso. Ver que todos ao meu redor torcem por mim tem sido algo realmente muito bom. Recentemente meus amigos tem me mandado convidar este garoto pras nossas sociais esporádicas, bem como eles têm notado quando estou passando perrengues quanto a isso e respeitado meus estados de espirito. Meus amigos também tem ido ao meu blog, lido os textos e vindo falar comigo sobre o que escrevo a respeito desta historia (só tenho escrito sobre isso ultimamente), receber pequenos elogios, mesmo que seja sobre meus lamentos, sempre me ajuda a respirar em paz. Além disso tenho recebido muitas perguntas, o que me deixa muito feliz! Perguntas são uma fonte inesgotável de alegria momentânea pra mim (podemos falar que o meu substituto do álcool ou do cigarro).
     Nesta complicação se somaram as provas das duas piores disciplinas que estou fazendo, que são daqui a uma semana. Meu cérebro, cheio de coisas fervendo a respeito de minha atual situação pessoal e familiar, não tem me deixado estudar com o ritmo que teria normalmente. Hoje mesmo deveria estar fazendo listas de exercícios, mas estou aqui, escrevendo pra vocês... Queria que esta historia se resolvesse logo e eu tivesse tempo pra estudar em paz, pra pensar em paz, pra ser o Alastus de sempre... Mas não é assim, né... Não vou acordar amanhã e ter esquecido o amor que sinto como num passe de magica. Muito menos vou receber uma ligação falando “Bom dia! Liguei só pra falar que te amo...”. Não, a vida não é fácil... E eu tenho que criar coragem e encarar os fatos com o máximo de paciência e de tempo que puder dispor... Quem sabe eu consiga me concentrar para a prova e possa resolver isso tudo nas férias? Eu duvido...
     Acho que já joguei coisas demais em vocês hoje... Também acho que vou postar este texto no blog, por que pessoas têm me perguntado frequentemente como estão as coisas, gente que viu alguma coisa ou tem me visto estranho, gente com quem nem converso direito. De alguma forma, me sinto bem podendo mostrar estas coisas pra vocês e contar um pouco do que vocês tem perguntado de uma vez só. Obrigado por terem lido tudinho, por mais que eu seja um porre quando dou estas recaídas românticas. Comentem comigo nos chats da vida ou aqui embaixo. Vai ser bom saber mais sobre o que acham e responder suas perguntas. Beijos, amigos.

sábado, 24 de novembro de 2012

Físico, poeta, romântico e careta...


     Como todo bom físico, meu dever é refletir sobre o que vejo. E como todo bom escritor, meu oficio primário é escrever o que penso. Estou escrevendo este o pequeno texto após uma confraternização que fui. De fato, assumo que eu não deveria escrevê-lo ainda hoje, mas sei que amanhã não o escreveria. O motivo disso ficara mais claro nos próximos parágrafos. Agora me proponho a escrever três deles: Três parágrafos elucidando três grandes reflexões e/ou observações que tive hoje, bem como ilustrar alguns fatos.
     A primeira coisa é bem parecida com o meu ultimo texto. Na verdade, é uma reafirmação. Eu realmente não sirvo para pra este mundo que querem me empurrar. Não sou festeiro, não bebo, não “pego geral”, não faz parte de mim. Deixo o pudor muito bem preso ao corpo quando, por vocês meus leitores, escrevo contos eróticos. Os quais reitero que nunca vivi. Em alguns momentos me senti mal, sabem... Meio que um tomate no laranjal. Sei que é normal pessoas da minha idade se divertirem, entendo. Mas eu não sou forçado a ser assim, ninguém é... Talvez resolver equações de mecânica quântica seja mais do que o suficiente.
     Outra coisa é o beijo. Quando eu era novo, postei para vocês um texto sobre primeiro beijo. Realmente, meu primeiro beijo foi exatamente isso. Eu na realidade, como já disse, não sou de beijar pessoas por nada. Se formos contabilizar as bocas que beijei, a contagem poderá ser feita nos dedos de uma mão. Muito me entristece saber que desta contagem, os dois últimos foram em bons amigos por quem eu não sentia nada. Muito me assusta a naturalidade com que as pessoas inçaram um beijo. É quase um ato de comprimento... Dá-se um beijo com apenas alguns segundos de prelúdio pseudo-romântico... Sei lá do que acho disso... Mas só sei que dentre todas as coisas confusas que sinto, uma é tristeza.
     E a nossa ultima reflexão é talvez a mais poética das três: “Quanto vale uma pessoa em lágrimas?” Hoje pela milionésima vez chorei em publico pela mesma pessoa... É, meus amigos... As vezes a gente acha que aguenta  sabem... Mas não é tão simples assim, a vida vem e dá um tapa na nossa cara. E não é só chorar não. Me refiro as lagrimas contidas que ninguém nunca viu, me refiro aos anos de pensamento unívoco, me refiro à se arriscar em meio a uma multidão por alguém, me refiro a pegar chuva por alguém... Será que vale? Dizem que o melhor critério é o de avaliar o que a pessoa faria por você. É um pensamento muito feio, que não gosto nem de cogitar, mas se pensasse assim, sem divida iria responder que não vale. Mas eu não penso assim. Penso que depois das lagrimas pude sentar ao seu lado, pegar a sua mão... Pude olhar nos seus olhos e sorrir por que eles me fazem sorrir sem causa alguma especial. Pude te ver adormecer ao meu lado, com a mão na minha mão e a cabeça encostada em min. Saibam, meus leitores, o amor sempre vale cada lágrima derramada, mesmo por anos, mesmo que não recíproco, perante todos os meios... Quando se ama alguém de verdade, lagrimas não são nada... E esta pessoa, pra mim, vale todas as lágrimas que tenho para derramar.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Lembrança


     E nos olhamos, de mãos dadas, com o sorriso mais largo que se pode imaginar. Minhas amigas, com olhos de quem vê um filhotinho de cachorro ou um gato brincando com um novelo de lã, não desviaram o olhar de nós nem opor um segundo. Já os rapazes, ocupados demais com a cerveja, no Maximo faziam comentários do tipo: “Tá vendo, cara? Se o João conseguiu, até você consegue!”, apontando para um outro amigo. E de fato eu consegui, ali estava eu, com meus amigos e o cara mais perfeito do mundo, o único que eu amei de verdade e o primeiro pra quem eu disse “Eu te amo.”. Sua testa encostada na minha... Dei um beijo na sua bochecha... Sua mão na minha cintura... Em uma hora ele comentou ao meu ouvido o quanto tinha gostado dos meus amigos.
      Na saída, despedimos dos meus amigos, que agora eram dele também. Andamos pela Rio Branco vazia, típica de madrugadas em fins de semana prolongados. Fomos apanhados pela chuva ainda antes da metade do caminho peguei sua mão e o puxei para correr. Rindo como dois lunáticos ensopados pela chuva fria de Juiz de Fora, ou ainda como andorinhas brincando debaixo das nuvens de tempestade.
      Em um dado momento ele soltou minha mão para abaixar e pegar fôlego. Cheguei peto para ver se estava tudo bem. Ele sorriu, levantou, passou suas mão pelas minhas costas e pôs seu rosto a poucos centímetros do meu. Sussurrou quase mudo: “Desculpa ter te feito esperar tanto tempo.” Seus lábios se aproximaram dos meus e então ele me beijos a boca como se beijasse uma rosa. Neste momento senti todo o peso de meu corpo se esvair e meus pelos, encharcados, se arrepiarem por todo o meu corpo. Sua mão na minha nuca aguçava ainda mais minha total perda de consciência. Fui tomado por uma felicidade incontida, que se multiplicava a cada instante deste beijo que, pra mim, já se estendia por eras. Sinceramente, nada mais me era essencial na vida do que aquilo, nem o oxigênio, nem a água... Tudo era irrelevante perante o sublime sentimento que eu estava experimentando.
      Foi quando abri os olhos e me deparei com o teto bege o quarto. A mão no lábio vinha para me ajudar a tentar discernir o real de um mero sonho... Foi talvez, dos sonhos, o mais realista de todos... Meu coração batia forte contra o peito... E dentro dele ainda pulsava uma velha paixão, que veio me lembrar que ainda existe. Meu coração ainda tem esperanças...

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Passado que Não Passou


     Sempre que perguntado, respondi prontamente que finalizei muito bem todos os meus “rolos” românticos. De fato, em alguns poderia ter criado inimizades eternas, frito papelões incorrigíveis ou ainda sido preso, mas sempre fui sereno a ponto de filtrar meus atos e sempre tive excelentes amigos em todos que passaram por minha vida. Mas hoje parei para pensar e cheguei à conclusão que a historia não é bem essa.
     Comecei a gostar de pessoas e me interessar sentimentalmente por elas com meus 15 anos ainda para completar. Na época gostava de um garoto de escola, do tipo moreno, brincalhão, extrovertido... Não havia quem não gostasse dele. Era mais um fascínio, na verdade. Eu fazia questão de irritá-lo por motivos muito simples: Primeiro por que ele não me batia, e sim ficava me apertando, e na época devo confessar que gostava muito disso, e por que ele praticamente não desagradava ninguém e isso me irritava profundamente. Nossas brigas tomavam proporções tão grandes, que ele foi o motivador da única vez que meu pai foi à minha escola. Nunca mais encontrei com este garoto, apesar de as vezes conversar com ele pela internet.
     Minha primeira paixão de verdade foi nascer só três anos depois, por um garoto que fazia ensino media comigo. Este foi o auge da minha sentimentalidade, visto que não sabia bem o que eu estava sentindo. Escrevi uma senhora serie de poemas e prosas românticas a respeito desta época (a tão bem comentada serie “Esmeraldas”). A história não acabou muito bem pro meu lado não. Achava realmente que este garoto gostava de mim. Ele comentava meus textos com afinco, segurava em minha mão pra falar comigo, saíamos juntos... Até o dia que contei pra ele e pela primeira vez dei com a cara contra o muro.  Chorei por incontáveis dias. Até na minha festa de formatura (onde ele bêbado veio falar comigo, jogou beijos para mim de dentro de uma janela e ainda desenhou um coração numa janela) chorei muito quando uma conhecida minha veio perto de mim me perguntar se a gente tava namorando, por que ela queria ficar com ele.
     Agora, acho que a coisa mais forte que senti nem foi pelo meu primeiro namorado (de quem nem vou falar aqui por que a historia é das mais tensas). Um dos meus sentimentos mais fortes foi por um garoto da faculdade que no começo eu nem conhecia a não ser de vista. Fomos apresentados por outro cara com quem eu já tinha saído, inclusive. No começo, eu estava namorando e a gente era só amigos. Quando o meu namoro acabou, ele esteve sempre ao meu lado, me apoiando, me dizendo que eu deveria seguir em frente... Depois de meses é que fui notar o que já vinha se formando há algum tempo: Um sentimento tão puro e incrível que pessoas sensatas teriam muito medo estando no meu ligar. Eu queria acordar ao lado deste garoto cada dia do resto da minha vida, eu queria respirar o mesmo ar que ele, queria que ele soubesse de tudo da minha vida, queria cozinhar pra ele, morar com ele... Infelizmente mais uma vez (e como sempre foi) o sentimento não era recíproco. E olha que eu voltei a tentar com esta mesma pessoa inúmeras vezes. Felizmente, verdadeiras amizades não se abalam com facilidade.
     E o porquê de eu estar falando destas pessoas? Bem... Hoje, nos meus pensamentos, cogitei a hipótese de que qualquer uma destas pessoas, e também das tantas outras de quem já gostei, chegasse perto de mim e se declarasse, eu não pensaria duas vezes antes de me jogar nos braços dela. Isso é muito estranho... Se não estranho, pelo menos conflitante com a idéia de que eu realmente teria “finalizado” bem cada um dos meus casos confusos de amor. Não posso terminar este texto com uma conclusão descente... Muito menos dizendo que tenho que mudar de opinião a respeito do que faria na situação que imaginei. Estou compartilhando com vocês uma curiosidade de mim mesmo que pensei hoje... Talvez seja comum. Ou talvez eu não esteja pronto para algo novo, embora queira muito que aconteça o quanto antes. Sei apenas que ainda vou pensar muito a respeito de tudo isso, pois o tempo pode amenizar a dor do coração, mas não pode decifrá-lo.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Apolo


O Apolo era o tipo de cara que todo mundo queria ser: Ele morava num dos melhores poentos da cidade, com uma família de posses. Ele tinha um carro que, como se já não fosse o suficiente, era um dos mais bonitos carros que eu já vi. Alem disso Apolo dispunha de um carisma inigualável e de uma beleza digna da capa de qualquer revista. Toda vez que ele passava pelos corredores da faculdade, centenas de garotas desviavam seu olhar. Algumas mais ousadas ainda cochichavam algo para si próprias assim que o viam, coisas que nem me compete aqui dizer.
Bem, já que já usei este pronome, vou me inserir neste conto: Neste quadro que pintei no parágrafo anterior, eu sou um dos caras que parava pra ver o Apolo passar. Sim, eu achava, e ainda acho, que ele é um cara mais bonito do mundo (e não estou usando uma hipérbole). Adorava tirar fotos dele quando ele não estava olhando. É engraçado como as pessoas ficam incrivelmente bonitas fazendo coisas corriqueiras. Há muito tempo que conversava com ele... Na verdade, ele conversava comigo. Acho que ele me viu olhando pra ele uma vez e sorriu achando que eu o conhecia. Depois a gente ficou se sorrindo, depois se cumprimentado, depois peguei carona com ele algumas vezes... Acabamos nos tornando bons colegas. Bem, então acho que já falei o suficiente de nós dois. Vamos então ao que aconteceu:
Uma tarde eu recebi uma mensagem dele pedindo ajuda em uma matéria de engenharia. Eu não sou engenheiro, mas sei muita coisa da área. Merquei com ele na sala de estudos de sempre. Ele tinha duvidas simples até demais para um aluno tão bom, mas meu vicio por perguntas me força a dizer sempre a resposta mais direta pra todas as perguntas que recebo, mesmo sendo duvidas elementares. No meio da simplificação de um circuito lógico, recebi uma mensagem de outro amigo avisando que estava na porta da biblioteca e queria me entregar uma apostila que eu tinha lhe emprestado. Pedi ao Apolo para ficar tomando conta do meu notebook e da minha mochila e fui. Acabei ficando mais tempo fora, o que me pareceram uns quinze minutos. Quando voltei, ele não tinha mexido em quase nada na expressão, parece que estava com problemas em enxergar uma propriedade de álgebra booleana que tínhamos acabado de relembrar. Juro que se fosse um amigo qualquer tinha começado a falar serio com ele nesta hora, mas a cara de duvida deste garoto é incrivelmente linda. É uma cara de ursinho de pelúcia gritando “Me adota!”. Sei lá, eu sempre ficava vermelho e explicava mais quantas vezes fosse preciso.
O tempo passou bem mais rápido do que a gente imaginava. Nove horas da noite ele me deu carona até a minha casa e perguntou se eu poderia ir à casa dele estudar no fim de semana. Na minha cabeça eu queria apenas confirmar, mas meu corpo às vezes reage mais rápido. Falei na voz mais alegre e eufórica: “CLARO!!!” Ele riu, mas foi logo me dizendo que eu poderia aparecer lá no sábado, às três da tarde. Nunca uma noite de terça foi tão longa.
Eu nem sabia se ele gostava de garotos, mas se eu ia na casa do Apolo, eu não podia ir normal. Preparei minha melhor roupa, escolhi o melhor tênis, arrumei meu cabelo (coisa que exige horas de paciência e dedicação)... Quando deu a hora de sair, eu estava muito mais apresentável do que qualquer advogado chegaria à frente de um juiz, tirando o fato que estava usando algo que fizesse parecer que eu só estava de banho tomado. Da minha casa até a dele são umas sete quadras. Juro que no começo queria que eu chegasse logo lá, mas quando fui me aproximando me deu um frio na barriga. Sabe o medo de ser esculachado, ou de ser uma pegadinha, ou de ele ser um psicopata? Eu tive todos, e ao mesmo tempo. Mas logo voltei em mim: Eu só estava indo na casa de um amigo! Um amigo muito apaixonante, lindo, simpático, perfeito... Mas é um amigo! Eu não deveria me preocupar. E foi com este pensamento que bati à porta do apartamento.
Quem me atendeu foi sua avó, uma senhora muito simpática e que vestia um terninho como quem se preparava pra sair. Ela me mandou ir pro quarto, por que ele estava lá estudando. Quando cheguei, Apolo estava de roupas casuais, mas dava pra notar perfeitamente que iria sair mais tarde, pois tinha feito a barba, tomado banho e arrumado o cabelo (o que pra ele deve ser muito simples). Com um sorriso no rosto ele me pediu que eu sentasse no computador e fosse dando uma olhada na apostila , por que ele ia se despedir de sua avó, que ia sair para uma reunião.
Fiz exatamente o que ele mandou: Sentei na cadeira, muito confortável por sinal, a apostila já estava aberta. Comecei a ler, procurando alguns problemas que eu tinha resolvido em casa, me preparando. Em um momento notei que haviam imagens minimizadas na barra de ferramentas. Eu não iria mexer, haja visto que o computador não é meu, mas elas tinham o meu nome como título, seguido da frase “Olhe!”. Logo, maximizei as janelas das imagens.
Pro meu expando, eram as minhas fotos. As que tirei dele! Como ele havia conseguido aquilo? Sem duvida, ele devia ter pego no meu computador quando eu o deixei com ele na sala de estudos. Mas ele deve ter pensado que eu sou um maluco ou coisa parecido... Talvez não, haja visto que me chamou na casa dele... Mas antes que eu pudesse concluir meu raciocínio confuso e desesperado, uma mão me laçou pela cintura.
Virei meu rosto para trás, tentando entender o que acontecia. Foi ai que vi o rosto do Apolo se aproximando do meu tão rápido que eu mal pude esboçar reação. Demorou alguns segundos para que eu caísse em mim e notasse que estava beijando ele... Uma de suas mãos estava em minha nuca e outra na minha cintura. Ele conduziu meu corpo sem reações até a sua cama e quando me dei conta já estávamos deitados, ele sobre mim, segurando minhas mãos contra o colchão. Por um instante, separou sua boca da minha e sorriu, depois mais um beijo curto... Ele chegou sua boca perto da minha orelha e disse sussurrando: “Se quisesse fotos minhas, podia ter pedido.”


sábado, 28 de abril de 2012

Te Dei a Chance


Não adianta reclamar de tudo isso
Eu sei que não dá pra continuar assim
Eu não tenho culpa se você não quis
Aproveitar que te dei a chance
De fazer de mim um homem feliz

Seus pensamentos inúteis de mim
Se ao menos te fizessem se aproximar
Mas invés disso você diz que eu mereço
Me diz que vai chegar um cara perfeito
Sendo que sabe que pra mim ele é você

Não adianta querer me entupir de vinho
Me dar presentes ou palavras de consolo
Eu queria você, e o demais não importa
Queria que me desse a simples realização
Dos meus sonhos com nos dois juntos

Quero fazer de você o meu primeiro
Mesmo que apenas por uma noite
Queria te beijar sem este teu medo
E você sabe quanto bem isso me faria
Ainda que como um consolo à dor

Sabe que eu sonho com isso a noite
Em cada noite desde que te conheci
Sabe que você é o meu sonho mais intenso
E que sempre que te abraço, espero o beijo
Que sei que não vira agora ou hoje...

Talvez nunca...

segunda-feira, 26 de março de 2012

    Uma frase marcou minhas reflexões de hoje: “Parabéns, você é um dos gays mais machos que já vi!”. Curiosamente, esta frase foi dita por uma garota que parece ser muito legal durante um trabalho em grupo, quando eu respondi a uma piada e ela entendeu que eu sou gay. Eu gosto deste tipo de situação, onde as coisas aparecem. Não é preciso se rotular algo, simplesmente deixar as pessoas perceberem com o tempo. Concordo com ela, mesmo sendo uma frase engraçada. Sou contra o estereótipo gay que a sociedade constrói. O visual onde temos que nos portar como mulheres ou como loucos só por que somos gays. Talvez o fato seja o de eu não ser “Gay”. Eu sou eu, simplesmente. E vivo à minha moda, que não quero que vire tendência, muito pelo contrario.
     Recentemente tenho ouvido muitas hipérboles a meu respeito. Acho que as vezes as pessoas constroem um super humano em mim que eu não sou de verdade... Outro dia um garoto, durante um debate, me ouviu dizer a historia de um antigo caso meu e sobre como relevei muitas coisas (tudo, na verdade). Este garoto me disse: “Você é incrivelmente mais humano que eu.”. Embora me sinta honrado, me sinto triste também. Não sou mais ou menos humano por tolerar erros alheios... Acho que a verdadeira face da humanidade esta em como aquentamos a dor e o desprezo. Eu sempre choro sozinho, implorando migalhas de sentimentos de quem não tinha nada pra me oferecer... Não sei se isso me torna mais “humano”... Talvez me torne algum animal encurralado na floresta, chorando em sua cova escura esperando que o caçador vá embora...
    Por falar em choro, estes dias passei uma situação linda e triste de me despedir de um amor para nos vermos só daqui a algumas semanas. Não reclamo de ter que passar por estes tristes momentos, tenso em vista os anos que passei sem ter nem em quem pensar antes de dormir... Mas de fato quando nos abraçamos e viramos as costas, senti a tristeza per plantada no meu coração após o que foi um longo dia feliz. Andei debaixo da chuva que piorava a cada instante... Não demorou muito para eu perceber que só veria meu amor em um mês. Neste momento chorei como se isso realmente fosse grave, como se fosse uma punhalada... Sentei na rodoviária e continuei a chorar... Foi neste momento que uma garota de vestido roxo parou alguns metros a minha frente e começou a me olhar. Quando ela notou que eu estava chorando seu rosto começou a se contorcer e em segundos eu avia conseguido uma companheira de choro... Eu e a garotinha roxa de aparentes cinco ou seis anos nos debulhamos em lagrimas juntos por alguns instantes, até que seu pai viesse apanhá-la, talvez por que o ônibus deles já estava chegando... Mas me pergunto o que teria pensado aquela garota... Será que a alma dela foi capaz de saber o que eu passava? Será que na sua inocência ela sabe lidar melhor com a minha dor? Nunca vou saber...
    Gosto de poder ver pessoas sentirem o que sinto... Na verdade acho que gosto de fazer que elas sintam algo por minha causa. Gosto de cultivar a emoção nas pessoas, principalmente as boas emoções, os sentimentos prazerosos... Talvez seja o medo de ser esquecido, afinal dizem que a memória grava melhor o que nos faz sentir... Com meus textos, assim como com esse, procuro fazer com que as pessoas me sintam um pouco... Acho que este meu hábito me ajuda a ser mais franco comigo mesmo e ajuda os meus amigos a me entenderem um pouco mais. Não tenho a esperança de ser entendido, mas cultivo uma crença de que posso simplesmente ser suportado. Que posso repetir frases de amor idiotas para meu namorado, que posso falar eloquências nas aulas teóricas, que posso rir de uma piada com meus amigos, que posso viver minha vida de uma forma que julgo simples e suficiente. Não sou de querer muito e acho que tenho ganhado bem mais do que esperei nestes anos perdidos... Poderia tentar explicar mais este fato, mas já escrevi muitos “talvez” e me contento com um texto de quatro parágrafos.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Imagens do passado...

"Aprendi que posso me ensinar mais sobre mim que qualquer um. Aprendi a me amar antes dos outros e a ser eu mesmo, não importam as consequências."


"Me mostrou que eu podia amar até quem eu só tinha motivos pra odiar. Me mostrou que eu era capas de sentir, de querer, de desejar... Me ensinou como é bom querer se entregar..."


"Me encinou que é possivel se apaixonar por um detalhe. Me provou que eu podia ser feliz, mesmo sem ter o que queria. Me fiz aprender a duras penas o que é sofrer por ter achado que poderia ser diferente..."


"Me ensinou que alguém idêntico a você ainda é outro alguém. Me fez ver que o mais intenso amor ainda pode ser tornar uma amizade verdadeira. Me fez aprender e desejar a felicidade incondicional de alguém..."


"Me fez aprender o que é ser tocado por alguém que ama. Me fez sentir pela primeira vez o que é ser amado. Me ensinou o quão doces podem ser as mentiras..."


"Me provou que um amigo pode sim ser a pessoa certa a quem devotar um sentimento belo. Me mostrou o quão forte é uma amizade perante todas as coisas. Me ensinou a chorar por fazer alguém sofrer..."


Obrigado a vocês que me ensinaram tanto sobre mim e sobre o amor.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Ele existe

     Eu sei que ele existe exatamente como eu imagino. Até por que minha imaginação não é lá muito boa pra formar imagens nítidas de pessoas que ainda não conheço, mas sei que quando o ver, vou o reconhecer. Ele agora pode estar em sua casa, no seu quarto, sozinho... Talvez assim como eu esteja no computador, tentando se sentir um pouco menos excluído do mundo, escrevendo coisas que muitos poucos vão ler... Talvez ele tenha um facebook também, e assim como eu. Ou ainda mais, talvez goste de perguntar tanto quanto eu gosto de responder. Ele ainda deve estar, assim como eu, encostado perto de um travesseiro que mais tarde vai abraçar e tentar dormir, olhando para o teto sólido e frio como a sua realidade é...
     Quem sabe ele agora mesmo não está lendo este texto, talvez tenha esbarrado com ele na internet ou em um mural de um amigo que curtiu e compartilhou... (Talvez mais por pena de mim do que por ter realmente gostado, mas que no fundo queria me ajudar.) Ele deve estar lendo e pensando em mim como um igual, e não como alguém pra fazer parte de sua vida. Ele inda pode estar se enxergando escrevendo isso... Pode ser que ele sorria agora, por ver o modo como estou conduzindo o texto... E logo em seguida ele pode chorar, por ver o quão incrédulo ele é de que algo tão banal quanto este texto possa mudar a sua vida, já que a mesma é tão vazia de sentido que nada aparentemente poderia lhe ajudar...
     Sei que ele está ai, em algum lugar. Sei que ele é perfeito como uma gota de chuva no vento, como o gelo na janela, como uma flor que desabrocha, como musica... Sei que ele é a razão por traz da minha esperança e sei que fará tudo valer a pena. Sei que um dia ele me dirá “Oi” e vai sorrir e não acreditar no que esta fazendo, e sei que neste instante vou me ver em seus olhos e tudo pode ser diferente pra mim... Sei que a partir deste dia escreverei cartas de amor e não poemas tristes, e sei que não vou mais chorar se solidão... Sei que desde que enxergar fagulhas cintilantes dentro dos seus olhos, tudo vai mudar no meu mundo, só por ter você perto de mim...
     Por hora, só me resta esperar que ele me ache... Que ache um amigo meu, que ache meu telefone, que ache o meu email ou um dos meus muitos perfis... E que venha até mim para que eu possa olhar nos seus olhos e em fim ser feliz...