quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Em um Lago no Verão

Eu estava lendo, sem nenhum receio, na sombra de um pessegueiro as margens de um lindo lago ondulante. Foi quando vi a forma mais estonteante da minha vida.
Ele era alto, de longos cabelos negros e de pele como o trigo durante o verão. Ele estava nu e se banhava em meio aquele templo da natureza.
Não me contentei em olhar aquela cena. Fui ate a beirada do lago e me sentei sobre uma rocha. Não sei se ele havia me visto, mas ele exibia seu belo corpo como nunca vi outro fazer. Suas formas definidas e bronzeadas subiam e desciam na cristalina água. Desde então eu soube que não mais conseguiria viver sem saber quem era aquele rapaz.
Em um dado momento ele surgiu na cristalina superfície e, sem demoras, mostrou-me um largo sorriso. Foi só o que bastou para me fazer parar de respirar. Ele começou a se aproximar lentamente, e com um aceno simples e sutil saldou-me dizendo: “Você vem?!”
Não pude parar para pensar no que eu estava fazendo. Em menos de três segundos já estava sem minhas roupas e mergulhando do alto daquela rocha para dentro do gigantesco paraíso azul esverdeado.
Assim que pode me recuperar, subi para a superfície para procurar o garoto que havia me chamado, porem não o vi. Enquanto isso ele se aproximava silenciosamente. Quando o notei, me deu um abraço forte pelas costas. E, com um movimento rápido, me virou e calou qualquer expressão que eu poderia dar com um beijo.
Seus fortes braços me envolveram sem que eu pudesse evitar e , sem ter como resistis, também o abrasei. Pode então sentir o fulgor de sua alma, por seus braços eram como resistentes cordas que me mantinham cativo, seu corpo era grande imã que me atraia com seu poder.
Quando notei já estava entregue na borda do lago. Não sei como fomos parar ali. Ele deve ter remado enquanto beijávamos. Ele me encantou de tal forma que não mais via o que se passava ao meu arredor. Eu só sabia que agora não mais queria me libertar, eu queria cada vez mais me sufocar com aquele beijo.
Deitados, rolamos na grama sem pudor. Ele envolveu meu corpo como um todo. Sua boca deslizou por meu corpo e a minha pelo dele. Eu pude sentir seu sabor fálico, suas emoções explosivas, seu calor sobre as frias rochas.
O movimento compassado se somava a sua mão que deslizava em minha cintura, estando a desta em meu peito. Poucos segundos passavam e sua respiração já aquecia meu pescoço e me arrancava delírios. A dor da paixão era a mais doce que já provei. A esta altura nossos gritos não mais negavam: Não estávamos mais em nos.
Juntos ficamos por minutos, possíveis horas, e no fim chegamos juntos no êxtase de nossas emoções, o doce sabor do prazer. Porem não mais deste êxtase saímos. Ele adormeceu sem demora, pousando sua mão em meu tórax quase oculto por seus negros cabelos.
Não sei o que farei ao seu despertar, só sei que não mais serei eu. Agora serei um ser completo e preenchido por ele. E sei também que nunca mais acharei aquele belo livro que lia embaixo de um pessegueiro.


Nenhum comentário:

Postar um comentário