quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Quem me dera

Quem me dera ter comigo um homem nu.
De largos ombros, trigueira pele e angélica face,
De olhar profundo, de braços fortes e de lábios ardentes,
Quem dera ter a personificação de meus sonhos

Teria o prazer de arrancar de sua alma os mais profundos suspiros
Teria o prazer de saber todos os teus cheiros e sabores
Teria o prazer de acariciar seu ventre vendo-o se agitar e retorcer
Teria o prazer de tirar-lhe todas as faces deste mesmo prazer

Poderia ver-lhe preencher-me com sua carne e vida
Poderia amar-lhe, com tal fulgor que jamais senti
Poderia testar em ti meu corpo, testar teu corpo no meu
Poderia beijar-te tanto que te desmaiaria sem nem notar.

Teríamos horas de amores trocados sobre um leito mundano
Não teríamos pudor, nem cautela, nem receio, nem medo
Não teríamos piedade, nem compaixão, nem amor, somente fogo
Teríamos o tempo de aprender tudo que o próprio tempo nos ocultou.

No fim deste eterno delírio de emoções e profanação
Não haveria alma em mim, não haveria consciência em mim,
Não haveria nome em mim, não haveria dor em mim.
O fim seria pra mim o de todas as minhas duvidas.

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